Disostoses
A síndrome de Crouzon ou disostose
craniofacial foi descrita pela primeira vez no ano de 1921 por Louis
Crouzon e constitui um dos tipos das síndromes do grupo das craniossinostoses.
Esse grupo heterogêneo de síndromes caracteriza-se por uma fusão (ou sinostose)
sutural prematura que ocorre isoladamente ou associada a outras anomalias.
Características
Gerais
A
síndrome de Crouzon é uma afecção rara, que compromete o desenvolvimento do
esqueleto crânio-facial e que, apesar de incomum, possui 50% de risco de
transmissão quando um dos pais possui a doença.
Não
há distinção de acometimento quanto ao sexo, porém quando as craniostenoses são
dos tipos sagitais e mitópicas sua predominância aumenta no sexo masculino,
enquanto a craniostenose coronal é mais encontrada no sexo feminino. Essa
síndrome pode ser evidenciada ao nascimento ou durante a infância, sendo
progressiva com o inicio do primeiro ano de vida ou, mais freqüentemente,
aparecendo apenas aos dois anos de idade. Existem ainda formas precoces e
congênitas da doença nas quais a sinostose começa ainda dentro do útero e já é
manifestada ao nascimento, com deformidades faciais como a hipoplasia maxilar
superior, responsável por dificuldades respiratórias, e exoftalmia.
Essa
condição tem por características básicas deformidades do crânio, anomalias
faciais e exoftalmia, conjunto de sintomas que hoje constituem a chamada tríade
da doença de Crouzon. Nesta, o fechamento prematuro de suturas cranianas e a
sinostose prematura de suturas centrofaciais e da base do crânio, conferem-lhe
uma configuração braquiocefálica, ou seja, crânio alto e em forma de torre. Uma
vez que a sutura se torne fundida, o crescimento perpendicular a esta se torna
restrito e os ossos fundidos agem como uma única estrutura óssea, ocorrendo,
assim, crescimento compensatório nas suturas abertas restantes para dar
continuidade ao desenvolvimento do cérebro ocasionando crescimento ósseo
anormal e produção de deformidades faciais. Além disso, tal situação provoca um
desbalanço entre o crescimento ósseo (craniano) e de partes moles (encefálico),
levando por vezes ao surgimento de hipertensão intracraniana (HIC) pela
restrição do crescimento cerebral, que pode acarretar em prejuízo no desenvolvimento
cognitivo destes pacientes. Em síntese, é uma mutação de um gene, chamado
FGFR2, responsável por coordenar o encaixe dos ossos do crânio e rosto. Seus
sinais exteriores são deformidades na cabeça, ossos faciais afundados, olhos
separados, testa protuberante. Através de cirurgias é possível à separação e remodelagem
dos ossos do crânio, realinhamento do maxilar, olhos e nariz.
Sintomas
Dentre as dificuldades afetadas por um
paciente com essa síndrome, destacam-se problemas mentais, em que o QI é muito
abaixo do normal, problemas visuais, problemas auditivos, respiratórios,
digestórios (relacionados à mastigação), cardíacos, morfológicos, anatômicos, de
comunicação (relacionados à fala) e anomalias dentárias. Além disso, os
portadores dessa doença sofrem com o déficit de atenção, dificuldade de
aprendizado e alteração comportamental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário