Condrossarcoma
O condrossarcoma é uma
lesão cartilaginosa maligna, que ocorre primariamente no adulto,
raramente é encontrada na adolescência e quase nunca na criança.
Há quatro diferentes tipos de condrossarcoma: primário, secundário,
mesenquimal e desdiferenciado. A grande maioria dos con-drossarcomas
são os primários ou secundários. O mesenquimal e o desdiferenciado
são raros
CONDROSSARCOMA
PRIMÁRIO (MEDULAR)
É
um tumor observado mais comumente em adultos, geralmente depois da
terceira década da vida. Situa-se mais freqüentemente na pelve e
nos ossos longos, particularmente no fêmur e no úmero. Em geral é
um tumor de crescimento lento, mas pode produzir metástases em
órgãos distantes, geralmente nos pulmões
Do
ponto de vista de diagnóstico por imagem, a lesão é caracterizada
por uma expansão da porção medular do osso, espessamento da
cortical e principalmente irregularidade e ondulação endosteal. O
aparecimento de calcificações algodonosas ou anelares é freqüente.
O aparecimento de massas em partes moles é também freqüente. A
tomografia axial computa-dorizada e a ressonância nuclear magnética
são de importância para a avaliação da extensão intra-óssea e
da massa de partes moles
CONDROSSARCOMA
SECUNDÁRIO
Os
condrossarcomas secundários são aqueles que aparecem devido à
transformação maligna dos condromas, osteocondromas,
condroblastomas e fibroma-condromixóides.
No
entanto, as transformações geralmente aparecem na vida adulta. A
transformação maligna que ocorre na osteocondromatose múltipla
(condrossarcoma periférico) é mais freqüente na região da cintura
escapular e pélvica. Os condromas que sofrem degeneração são
geralmente aqueles localizados na região metafisária dos ossos
longos (condrossar-coma central). A principal queixa é a modificação
das características da lesão pré-existente, como aumento de volume
local, dor e outros sinais, rebeldes ao tratamento conservador. Isso
se torna mais evidente nos casos de transformação de osteocondromas
pré-existentes.
Os
achados radiográficos dos condrossarcomas secundários mostram
evidência de lesões cartilaginosas benignas pré-existentes
(exostose ou encondroma). Há uma proliferação da camada externa do
osteocondroma, visto como uma imagem negativa e com afastamento das
partes moles em relação ao osteocondroma. Pode haver uma zona de
calcificação ao redor do osteocondroma, com mínima ou nenhuma
reação permeativa da cortical subjacente. Eventualmente pode haver
destruição do osso subjacente. No caso dos encondromas, a
destruição do trabeculado esponjoso ao redor do condroma, a erosão
da região endosteal com irregularidade e a posterior destruição da
cortical são sinais de transformação condro-sarcomatosa. As áreas
de calcificação ao lado de áreas líticas também são sugestivas
de transformação para condrossar-coma secundário.
A
tomografia axial computadorizada mostra com detalhes os limites do
crescimento cartilaginoso e é exame indispensável para a avaliação
da real extensão da capa de cartilagem nos casos de osteocondroma
com transformação degenerativa. A cintilografia do esqueleto é de
valia porque pode evidenciar as áreas com aumento de concentração
e maior atividade óssea. As cintilografias seriadas realizadas
semestralmente podem mostrar alteração do padrão de concentração
e ser o primeiro sinal de uma degeneração sarcomatosa nos pacientes
portadores de osteocondromatose múltipla.
O
tratamento de escolha para os condrossarcomas é o cirúrgico com
ressecção do segmento acometido. As margens devem sempre ser amplas
porque não há resposta à rádio ou quimioterapia. As chances de
recorrência em cirurgias marginais são grandes e as reoperações
são geralmente mais difíceis, com menor chance de erradicação do
tumor e cura da lesão. O risco de implantação das células
cartilaginosas é grande e as recorrências em partes moles são
freqüentes, devido ao tipo de nutrição da célula cartilaginosa
que se faz por embebição.
Na
região dos ossos da pelve, as hemipelvectomias internas estão
muitas vezes indicadas. Na cintura escapular, as ressecções amplas,
como a cirurgia de Tikhoff-Linberg modificada, são às vezes
necessárias. Esse procedimento está indicado quando as estruturas
neuro-vasculares na região dos vasos braquiais não estão
envolvidas pelo tumor. Essa técnica consiste na ressecção ampla da
região proximal do úmero, que inclui a remoção extra-articular da
articulação gleno-umeral. A área pode ser reconstruída por meio
de uma endoprótese não convencional ou osso homólogo de banco.
Alternativamente, pode-se utilizar a artrodese com o auxílio de osso
de banco .
A
amputação das extremidades está indicada especialmente se o
envolvimento de partes moles for extenso.
Como
citado anteriormente, o condrossarcoma não responde nem à rádio
nem à quimioterapia. Excepcionalmente, o condrossarcoma mesenquimal
ou de características embrionárias pode responder parcialmente à
quimio e à radioterapia, devido à intensa indiferenciação de suas
células.
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